A mitomania é um diagnóstico, um Transtorno Psicológico?
- psicóloga Yacira Alencar
- 27 de nov. de 2024
- 3 min de leitura
Atualizado: 1 de dez. de 2024
Inicialmente, vamos responder outra pergunta, o que causa a mitomania?

É difícil imaginar um mundo ao nosso redor sem a existência da mentira. Ela está presente em todos os momentos da nossa vida. É um comportamento aprendido ainda quando somos crianças. Ao sermos criados por adultos que muitas vezes mentem.
Você nunca se pegou mentindo por medo de falar a verdade, para não magoar alguém ou por impulso? Estudos apontam que o primeiro impulso para a mentira surge quando queremos tirar vantagens e privilégios. Será que há problemas ocultos no emocional e no psicológico dos mentirosos? Afinal, por que as pessoas mentem?
Entender a diferença entre uma mentira comum e a mitomania é muito importante para reconhecer padrões de comportamento e oferecer o apoio adequado. Assim, enquanto uma mentira qualquer, por vezes ocasional é uma parte comum da interação humana, geralmente é uma ocorrência esporádica e específica, a mitomania representa um sintoma psicológico mais complexo e persistente. Essas mentiras podem variar em gravidade, desde pequenas distorções da verdade até falsas narrativas completas.

Há diferença de uma mentira comum para mitomania? As mentiras associadas à mitomania tendem a ser elaboradas e fantasiosas, muitas vezes envolvendo histórias complicadas e detalhadas que podem ser difíceis de sustentar ao longo do tempo. Já quando se trata de uma mentira comum, geralmente ela é mais simples e direta, envolvendo distorções da verdade em uma situação específica. No entanto, é importante notar que a mitomania não é simplesmente mentir ocasionalmente ou exagerar em certas situações sociais, é um padrão persistente de comportamento que pode ter um impacto significativo em seus relacionamentos e mais ainda na vida da pessoa.
Os motivos vão desde Autodefesa, como autopreservação, como regulação da autoestima, por estar baixa, em falta de auto controle e outras causas como ansiedade e depressão podem contribuir para essa necessidade de autodefesa pela mentira. Inclusive, a necessidade de ter o Controle é outro motivo. A ideia de manter o controle das situações faz com que a mentira pareça cada vez mais necessária para manter o poder. Há também o medo, seja por várias causas, como ansiedade já citada aqui, pode ser um outro motivo, pelo fato de mentir equivaler a não confrontar o problema diante de si. É mais fácil mentir do que decepcionar outra pessoa, por exemplo. O medo de não perder a aceitação social e individual, sua imagem e reputação, a mentira acaba sendo subterfúgio, que muitas vezes gera o motivo da Inclusão, não se sentir pertencente a um grupo social ou fazer parte de algo para pessoas com estes déficits emocionais, faz da mentira um verdadeiro remédio. Uma simples mentira pode virar uma fantástica história e aventura pessoal para ouvintes sedentos de experiências fantásticas.

As pessoas com mitomania muitas vezes têm dificuldade em controlar seu impulso de mentir e podem até começar a acreditar em suas próprias mentiras. Além disso, eles podem mentir mesmo quando sabem que há uma alta probabilidade de serem pegos. Vale ressaltar o impacto significativo na vida diária da pessoa, afetando seus relacionamentos pessoais, profissionais e sua própria saúde mental. Por outro lado, aqueles que contam mentiras comuns geralmente têm consciência de suas ações e podem sentir remorso ou culpa depois de mentir.
Respondendo a pergunta que é tema deste post, A mitomania é um diagnóstico, um Transtorno Psicológico? NÃO. Há muitos questionamentos a cerca da mitomania por se tratar de um fenômeno intrigante e apesar de pessoas apresentarem a compulsão por mentir de forma recorrente e sem motivo aparente, ainda assim, não é caracterizado transtorno. A mentira em excesso é um SINTOMA, vários transtornos podem ter a mentira em excesso como sintoma. Os principais são: Transtorno de Personalidade grupo B (Borderline, Antissocial, Narcizista, Histriônica). Transtorno por uso de substâncias, Transtorno Factício, Transtorno do controle dos impulsos, entre outros. A mitomania, para o DSM-5-TR (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtorno Mentais-5-Texto Revisado), não é classificada, não é considerada como transtorno psicológico, por isso, não podemos afirmar que seja um.
O acompanhamento psicológico ajuda consideravelmente no tratamento deste sintoma. Através da psicoterapia a psicóloga ajuda o indivíduo a fortalecer o seu autoconhecimento, autoestima e bem-estar. Desenvolver habilidades de autocontrole e estratégias de enfrentamento pode ajudar o indivíduo a reconhecer e controlar seus impulsos de mentir.
Os textos do site são informativos e não substituem atendimentos realizados por profissionais.
Gostou deste assunto? Consulte a psicóloga, Yacira Alencar e vamos refletir sobre nossos hábitos comportamentais!